sexta-feira, 18 de abril de 2008

Notícias de Niger e Somália

Níger: quase 300 mil crianças vacinadas contra o sarampo
MSF enviou equipes para as regiões de Zinder e Maraid, onde foram registrados o maior número de casos da doença

04/04/2008 – Em dezembro de 2007, casos de sarampo começaram a ser registrados na região de Maradi e Zinder, no Níger. Durante o mês de janeiro, as autoridades sanitárias do governo promoveram a vacinação de crianças com entre nove meses e cinco anos de idade. Apesar da campanha nacional de vacinação, o número de crianças infectadas pela doença aumentou: 2,2 mil casos foram registrados nacionalmente entre os dias 1º de janeiro e 23 de março. Para combater a disseminação de doenças, as equipes de MSF deram início a campanhas de vacinação para crianças com entre seis meses e 15 anos de idade em Zinder e Maradi.Zinder: estratégia 'teia de aranha'Na região de Zinder, as equipes de MSF montaram um sistema de monitoramento, treinaram equipes médicas e lançaram uma campanha de alerta nacional nas estações de rádio.Desde o dia 26 de março, 42 mil crianças com idade entre seis meses e 15 anos foram vacinadas em um raio de 15 quilômetros da cidade de Magaria, na fronteira com a Nigéria. A região é muito rural com uma população altamente dispersa. Por isso, MSF adotou uma estratégia descentralizada com equipes móveis indo até os vilarejos mais remotos. Essa estratégia permite que as crianças sejam vacinadas diretamente em seus vilarejos, melhorando a cobertura da vacinação e permitindo uma detecção mais rápida das pessoas com a doença. Estão sendo identificadas cerca de 20 crianças com sarampo por dia. Mais ao norte, outras equipes deram início à campanha de vacinação na cidade de Zinder, no dia 30 de março. Cerca de 94,700 crianças foram vacinadas nos últimos cinco dias. Essa campanha de vacinação vai ser extendida às áreas mais rurais do distrito de Zinder. Todas as 350 mil vacinas compradas por MSF para a região de Zinder foram entregues e estão prontas para serem aplicadas. Maradi: 142 mil crianças vacinadasDos 2,2 mil casos registrados no início do ano, 946 foram registrados na região Maradi (Comuna Maradi, Guidam Roumji e Madarounfa).No dia 1º de abril, 106 mil crianças foram vacinadas na cidade de Maradi (das quais 41 mil crianças com menos de cinco anos) e 35.124 no distrito de Guidam Roumji. A cobertura da vacinação chegou até 88.6%.Sarampo provoca complicações nas crianças desnutridas O Níger tem um dos píores índices de desnutrição infantil aguda e crônica no mundo. MSF mantém programas nutricionais em diversas localidades nas regiões de Maradi (Maradi, Guidan Roumdji, Dakoro), Zinder (Zinder, Magaria) e Tahoua (Madoua e Bouza). Quando a desnutrição e o sarampo se combinam, forma-se um quadro extremamente sério para as crianças. A desnutrição enfraquece a resposta do sistema imunológico e deixa as crianças mais vulneráveis a doenças infecciosas como sarampo. Da mesma forma, crianças com sarampo são mais suscetíveis à desnutrição. Por isso, é essencial proteger as crianças contra o sarampo no Níger. MSF deu início a uma campanha de vacinação maciça para evitar que a doença se espalhe ainda mais.

Fonte: http://www.msf.org.br/noticia/msfNoticiasMostrar.asp?id=811


Somália: MSF fecha projeto em Kismayo
Decisão foi tomada pela organização após o assassinato de três integrantes da equipe, ocorrido no dia 28 de janeiro

03/04/2008 – Após o assassinato de três integrantes da equipe de Médicos Sem Fronteiras (MSF), ocorrido no dia 28 de janeiro, a organização decidiu fechar seu projeto na cidade de Kismayo, localizada no sul da Somália. Apesar das atividades terem sido encerradas, MSF mantém o compromisso de oferecer assistência médica à população somali. Sendo assim, projetos em outras localidades do país continuam a funcionar. "Essa foi uma decisão extremamente difícil de ser tomada", contou Arjan Hehenkamp, diretor de MSF para Operações na Somália. "Há uma necessidade significante de assistência humanitária independente em Kismayo, mas não podemos continuar a trabalhar em um lugar onde nossa equipe é deliberadamente um alvo e é brutalmente assassinada". MSF condena os ataques contra trabalhadores humanitários e suas conseqüências para assistência das populações vulneráveis da Somália. A Somália enfrenta atualmente uma crise sem precedentes, com uma escalada da violência, deslocamentos maciços e necessidades agudas sem resposta. Centenas de milhares de somalis estão lutando para sobreviver e precisam urgentemente de assistência. Eles são vítimas indiretas de qualquer ataque contra trabalhadores humanitários. Imediatamente após o ataque, MSF suspendeu a presença de sua equipe internacional no país. Apesar de nos dedicarmos a oferecer assistência à população somali, garantir a segurança de nossa equipe e em nossas unidades médicas é a nossa prioridade. Nas últimas semanas, uma análise meticulosa dos diferentes locais onde existem projetos no país foi realizada para determinar as condições de segurança. MSF voltou a trabalhar agora com uma equipe internacional reduzida, em algumas poucas áreas escolhidas.Em setembro de 2007, MSF começou a trabalhar em Kismayo com um programa cirúrgico que oferece atendimento para traumas e obstétrico. Mais de 400 cirurgias e 1.200 consultas de emergência foram realizadas por nossa equipe médica antes que o programa fosse fechado. MSF tem trabalhado continuamente na Somália por mais de 17 anos e atualmente oferece atendimento médico em dez regiões do país. Em 2007, MSF abriu vários novos projetos em resposta às enormes necessidades médicas e humanitárias que surgiram devido aos conflitos no país. As equipes médicas realizaram mais de 2,5 mil operações médicas, 520 mil consultas e internou cerca de 23 mil pacientes.

Fonte: http://www.msf.org.br/noticia/msfNoticiasMostrar.asp?id=809

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