terça-feira, 28 de outubro de 2008

Somália: Rápido aumento de feridos e desalojados com crescimento da violência



Equipes de MSF que estão trabalhando no país oferecem assistência a pessoas em condições de seguranças difíceis

07/10/2008 - O recente aumento de conflitos em uma das áreas residenciais mais populosas em Mogadíscio resultou em um acelerado crescimento no número de feridos e tem, mais uma vez, desalojado milhares de pessoas. MSF está tratando de feridos e oferecendo suprimentos emergenciais básicos para os novos desabrigados.


Em relação à semana passada, MSF tratou mais cem feridos no hospital de Dayniile, localizado no subúrbio da capital. Os feridos - muitos dos quais mulheres e crianças com menos de 16 anos - sofreram agressões na cabeça, no abdômen e no peito causadas por balas ou morteiros. Muitos precisam de cirurgia de emergência.


Na estrada de Mogadíscio para Afgooye, onde mais de 250 mil pessoas desalojadas estão vivendo em condições espantosas, MSF viu a chegada de pelo menos mais nove mil pessoas desde a última quarta-feira. Equipes estão tentado oferecer a eles suprimentos essenciais, incluindo sabonete, roupas de cama plásticas e cobertores. No entanto, esses itens básicos irão apenas responder a necessidades de emergência. As pessoas estão completamente dependentes de ajuda alimentar externa Kenneth Lavelle, chefe de missão de MSF em Nairóbi, está diariamente em contato com as equipes do terrenos. "A situação é aterrorizante", disse ele. "Por causa do constante fluxo de pessoas fugindo de Mogadíscio, os campos estão ficando mais e mais lotados e as já aterrorizantes condições de vida estão rapidamente se deteriorando. Famílias de cinco pessoas têm menos de alguns metros quadrados para viver, sem um abrigo adequado."MSF trabalha nos centros de saúde de Hawa Abdi e Afgooye desde 2007 e tratou mais de mil crianças sofrendo de desnutrição aguda todo mês desde abril de 2008. As condições de trabalho, principalmente a falta de segurança para a população e os trabalhadores humanitários, impedem qualquer aumento significativo nessa ajuda vital."Apesar de toda a insegurança, MSF ainda tem sido capaz de fazer seu trabalho graças ao nossos colegas somalis, que estão correndo tremendos riscos para oferecer assistência imediata", disse Lavelle. "Devido à situação da segurança, nós não estamos conseguindo suprir nenhuma necessidade além da imediata - necessidades de quem corre risco de vida. Isso inclui cuidados médicos, nutrição e saneamento. Nossa resposta é certamente inadequada quando levamos em consideração a gravidade da situação".


A equipe de MSF no hospital de Dayniile tratou mais de 3,7 mil pessoas sofrendo de ferimentos de trauma desde o começo de 2008. Mais de metade desses tratamentos foram para mulheres e crianças com menos de 14 anos, sendo que metade desses pacientes haviam se ferido durante conflitos.


MSF já cuidou de 6.937 crianças sofrendo de desnutrição aguda nos centros de saúde de Hawa Abdi e Afgooye desde abril de 2008, nos quais 32.982 consultas médicas foram realizadas neste período.


Foto: Oscar Sanchez-Rey


Uganda: Karamoja enfrenta grande crise de desnutrição



Projeto de MSF para tratar crianças desnutridas na região deveria terminar em setembro, mas deve continuar durante 2009

17/10/2008 - Em Karamoja, a desnutrição é crônica. No entanto, este ano, a remota região do nordeste de Uganda está sofrendo sua pior seca em cinco anos, criando uma crise humanitária.

Os dois últimos anos registraram uma seca atrás da outra, seguidas de chuvas extraordinariamente fortes. O aumento do preço dos alimentos faz com que a comida disponível no mercado esteja simplesmente fora das possibilidades de consumo. As chuvas ralas no ano passado, e atrasadas neste ano, levaram a um colheita tardia e insuficiente de amendoim e sorgo, e também a números altos de morte de animais.Karamoja abriga uma população de mais ou menos um milhão, que é majoritariamente dependente de animais para sustentar seu modo de vida. A região é conhecida por conflitos ligados a invasões de rebanhos. Os estilos de vida pastorais e nômades e a insegurança tornam difícil para a população ter acesso aos poucos postos de saúde da região. A crise humanitária de Karamoja é caracterizada por altos níveis de insegurança alimentar e taxas de desnutrição aguda.Em resposta, Médicos Sem Fronteiras (MSF) abriu um programa de alimentação terapêutica para crianças com menos de cinco ano nos distritos mais afetados pela fome, em Moroto e Nakapiripirit."A melhor forma de auxiliar e tratar as crianças, as mais vulneráveis da população, é viajar para as vilas para encontrar as crianças desnutridas, fornecendo rações de duas semanas para que ele consigam superar o pior. Nós tememos que o pior ainda esteja por vir", explica Kodjo Edoh, chefe de missão de MSF em Uganda.Esta é a melhor maneira de trazer a saúde o mais próximo possível dos pacientes e alcançar os mais vulneráveis no trânsito nômade da população de Karamoja.A intervenção nutricional de MSF começou em junho de 2008 e deveria terminar já em setembro. Agora, com quase 24 mil crianças examinadas e 2,3 mil delas severamente desnutridas, o programa provavelmente continuará até 2009. George Mbaluto, o enfermeiro queniano responsável pelo programa, descreve como as clínicas móveis do programa de alimentação são montadas: "as mães vêm com as crianças para sentar na sala de espera. Aqui, são informadas em relação a nutrição e higiene pessoal."Crianças entre seis meses e cinco anos são, então, examinadas com um bracelete chamado MUAC que mede a circunferência do braço."Qualquer criança cujo braço meça entre 11 e 35cm no MUAC tem sua atura e peso medidos. Aquelas com medidas abaixo de 11cm, assim como as que estiverem com edemas bilaterais (inchaço devido a acumulação de fluidos) são admitidas diretamente e consideradas severamente desnutridas", acrescentou Mbaluto.

Toda criança recém admitida é testada para malária e examinada para outras complicações médicas, como infecções e diarréia. Em algumas áreas, entre 60% a 90% das crianças tinham malária. Dois enfermeiros realizam consultas, examinam as crianças e descartam complicações. Eles procuram infecções e imunidade baixa. As crianças recebem ácido fólico para prevenir anemia, assim como vitamina A. Para tratar as complicações, os enfermeiros recebem antibiótico e outras drogas.

Crianças severamente desnutridas , mas sem outras complicações médicas, serão tratadas no local. Uma criança que esteja muito doente, ou sem apetite, é conduzida ao Hospital de São Kizito em Matany, um dos dois hospitais de referência no distrito. Aqui, MSF dá suporte ao único centro de alimentação terapêutica na região. Assim que as crianças são estabilizadas no centro, são liberadas e encaminhadas para as clínicas móveis mais próximas de suas casas.

Em Karamoja, devastada de forma crônica pela desnutrição, muitas família não conseguem comprar nenhuma comida, muito menos o alimento certo, e precisam sobreviver de mingau de cereais, a que faltam os nutrientes essenciais. MSF trata crianças desnutridas com alimento terapêutico pronto para comer, feito para atender a suas necessidades."Aqui, nós usamos Plumpynut, dois sachês para crianças com menos de 8 kg e 3 kg para aquelas com mais", disse Mbaluto. "Sabão e mosquiteiros são fornecidos para ajudar com a higiene e prevenir malária. Um suprimento de Plumpynut é dado às mães, que recebem uma recomendação de voltar em dez dias. Nós não vimos muitos problemas, mas um grande progresso. A maioria das crianças gosta do alimento terapêutico e está ganhando peso. Dependendo da localização, nós examinamos cerca de 60 ou 70 pacientes por dia".

A equipe está encorajando a agentes comunitários de saúde a procurar crianças desnutridas visitando famílias. "Até agora, as mães estão vindo regularmente e o público presente chega a 80/90% na maioria das clínicas. Mesmo assim, em uma ou duas delas, só estamos examinando cerca de 50%, então ainda há algum trabalho a ser feito nesse sentido", disse Mbaluto.

MSF acredita que o desafio nas áreas mais devastadas pela desnutrição é não apenas tratar os mais afetados, mas também prevenir que eles cheguem ao estágio terminal, garantindo que todas as crianças tenham acesso a alimentos ricos em nutrientes.
Foto: Julie Remy

RDC: Confrontos voltam a assolar região de Kivu Norte



Comunidade internacional não está conseguindo oferecer assistência adequada ou proteção à população. Centenas de milhares de pessoas tiveram de deixar suas casas

06/10/2008 – Em partes mais voláteis da província de Kivu Norte da República Democrática do Congo (RDC), a violência atingiu seus níveis mais altos em anos, enquanto a assistência não está nem mesmo alcançando os mais necessitados, alertou nesta segunda-feira a organização médica internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). Centenas de milhares de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas desde que uma guerra de larga escala foi retomada no fim de agosto. Elas estão vivendo com medo, sem meios para suprir suas necessidades mais básicas.A comunidade internacional não conseguiu encarar o conflito que está acontecendo na região como uma prioridade. Mesmo com uma das maiores forças pacificadoras do mundo atualmente a postos na RDC, a Organização das Nações Unidas (ONU) está claramente fracassando em seu mandato de proteção à população civil de Kivu Norte.A maioria das agências da ONU e ONGs não tem conseguido dar respostas humanitárias adequadas, enquanto a já desastrosa situação está se deteriorando dramaticamente. Mesmo com a presença de um grande número de organizações humanitárias em Goma, capital da província, poucas são ativas nas áreas mais afetadas pela guerra.Muitas pessoas que agora precisam de assistência foram forçadas a fugir várias vezes. Elas têm repetidamente perdido suas casas e pertences – freqüentemente como resultado de pilhagens – e estão perdendo sua capacidade de reagir. Além das necessidades da população que se multiplicam - comida, abrigo, acesso à água, cuidados médicos e proteção – o risco de epidemias é alto e muitas clínicas foram saqueadas.Algumas das pessoas que fogem alcançam campos relativamente estáveis, enquanto outros se reúnem em bolsões isolados de calmaria ou com famílias anfitriãs. Assim mesmo, outros se tornam "invisíveis" - escondendo-se na floresta, presos entre grupos armados. "Nós ainda estamos dando assistência a mais de cem mil pessoas desabrigadas em Nyanzale e Kabizo. Nós não temos idéia de para onde elas fugiram nas últimas semanas", disse Anne Taylor, chefe de missão de MSF em Goma. "Apenas 25 mil pessoas chegaram a Kanya e Kanyabayonga. Onde estão os outros? Nós estamos extremamente preocupados com seu destino."Em outras regiões, MSF encontrou grupos com recém desalojados. Milhares estão vivendo em condições terríveis, sem nenhum cuidado de saúde, em Ngungu. Também chegaram em Kitchanda milhares de pessoas durante as últimas semanas. "Ter acesso a essas pessoas é extremamente difícil, por causa da volatilidade do contexto da segurança e porque eles estão constantemente em movimento", explicou Anne Taylot. "Mas não é impossível. Nós continuamos tentando e tentando até que consigamos encontrá-los e oferecer-lhes assistência vital. No entanto, temos consciência de que nós estamos apenas lidando com uma pequena parte dessa catástrofe humanitária: centenas de milhares de pessoas estão fora de alcance."Em Kivu Norte, equipes de MSF estão atualmente trabalhando em Rutshuru, Nyanzale, Kanya, Kanyabayonga, Kitchanga, Mawes, Masisi, Ngungu e áreas adjacentes. Equipes móveis estão avaliando e oferecendo assistência médica em novas regiões, incluindo Minova, em Kivu Sul. MSF dispõe de 62 profissionais estrangeiros e 716 nativos trabalhando em Kivu Norte.

Foto: Guillaume Le Duc / MSF

Notícas dos Médicos Sem Fronteiras



Galeria mostra fotos da Exposição Interativa Médicos Sem Fronteiras no Mundo
Mais de mil pessoas já visitaram a Exposição Interativa Médicos Sem Fronteiras no Mundo, inaugurada dia 01/10, na Estação Carioca do Metrô do Rio de Janeiro. Aqueles que passarem por lá até o dia 31/10 terão a chance de aprender um pouco mais sobre o trabalho realizado por MSF em mais de 60 países.
No local, um vídeo interativo permite que o visitante atue virtualmente em quatro tipos emergência. Também fazem parte do evento mapas interativos, uma exposição de fotos e um mapa da atuação de MSF, que destaca dez crises que vêm sendo negligenciadas pela mídia.
Este evento tem como objetivos levar ao público a realidade dos brasileiros que trabalham com Médicos Sem Fronteiras em missões humanitárias e explicar melhor como funciona a organização.


Clique aqui para ver a galeria de fotos do mês.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

J.R. Duran lança "Cadernos Etíopes" no Rio de Janeiro



O fotógrafo J.R. Duran posa com uma das tribos retratadas no livro "Cadernos Etíopes", lançado na última segunda (6) no Rio de Janeiro

Conhecido por seu trabalho em editoriais de moda e ensaios de nu femininos para revistas como "Playboy", o fotógrafo J.R. Duran lançou nesta segunda-feira (6) no Rio de Janeiro o livro "Cadernos Etíopes" (Cosac Naify, 192 páginas), reunião de material coletado em viagens pelo país africano em 2005.O livro é composto de 84 imagens de cinco tribos da Etiópia, os karo, mursi, hamer, nyangatom e dhasanech. Acompanha a edição um diário do próprio Duran explicando as particularidades de cada tribo e um posfácio do jornalista Augusto Massi.No texto de apresentação do livro, Duran explica seu fascínio pela África: "É bom se perder com a certeza de que é possível voltar para casa". O interesse do fotógrafo pelo continente vem desde 1999, quando escreveu uma matéria sobre o Quênia. Desde então, passou também por outros países como a Namíbia, mas resolveu eleger a Etiópia para o livro por conta da conturbada história do país, que entre diversos conflitos foi governado de 1930 a 1974 pelo imperador Haile Selassié, considerado uma entidade divina pela religião rastafari.
"CADERNOS ETÍOPES", de J.R. Duran
Editora: Cosac Naify
Páginas: 192
Formato: 20 x 25 cm, capa flexível
Preço sugerido: R$ 65,00

terça-feira, 30 de setembro de 2008

DESNUTRIÇÃO NA ETIÓPIA

Resumo: Na tentativa de conter uma grave crise alimentar, Médicos Sem Fronteiras iniciou vários projetos, no Sul da Etópia, em maio deste ano. Desde então, mais de 24 mil pacientes gravemente desnutridos já passaram pelos centros de nutrição de MSF.
Data: 26/9/2008


Ayantu é uma menina de quatro anos que, além de sofrer de desnutrição severa, tem tuberculose. Na foto, ela é alimentada por sua avó, em um centro de estabilização de MSF, em Sembete, na Etiópia.
Foto: Francesco Zizola



Crianças que sofrem de complicações médicas decorrentes da desnutrição são transferidas dos ambulatórios para os centros de estabilização de MSF, onde recebem atenção médica durante 24 horas por dia.
Foto: Francesco Zizola


Medir a circunferência do braço é uma das maneiras de detectar desnutrição em crianças. Para realizar este exame, MSF utiliza uma fita métrica especial.
Foto: Anne Yzebe




A grande maioria das pessoas atendidas nos centros de nutrição de MSF é composta por crianças. Apenas dois entre dez pacientes têm mais de cinco anos de idade.
Foto: Francesco Zizola




Mais de 60 centros de nutrição de MSF oferecem cuidados médicos e entregam alimento terapêutico a pacientes severamente desnutridos.
Foto: Alice Davies


Você poderá saber mais sobre as ações do MSF entre no site:
Conheça e ajude!!!



Encontro da OMS pode ter grande impacto na vida de milhões de desnutridos

Objetivo é discutir e formular novas recomendações para o tratamento da desnutrição infantil, responsável pela morte de cerca de 3,5 milhões de crianças

29/09/2008 – Convocado para discutir e formular novas recomendações para o tratamento da desnutrição infantil, o encontro "A manutenção da dieta para desnutrição moderada", a ser realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) entre os dias 30 de setembro a 3 de outubro em Genebra, pode ter um enorme impacto na qualidade da ajuda alimentar e dos programas de nutrição, afirmou nesta segunda-feira a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). MSF pede que os especialistas da OMS aproveitem essa oportunidade para melhorar o padrão da ajuda alimentar e dos programas de desutrição. Nas áreas mais cronicamente devastadas pela desnutrição - como o sul da Ásia, o Sahel e o Chifre da África -, muitas famílias não têm acesso a alimentos ricos em nutrientes e têm de sobreviver com mingau feito de cereais, que não contém muitos nutrientes essenciais. No entanto, a ajuda alimentar oferecida atualmente pelas agências internacionais ou doadores é também baseada em cereais. Elas não incluem alimentos de origem animal, como leite, que contém muitos nutrientes importantes para a dieta das crianças. "Nós não daríamos a nossos filhos apenas mingau feito com cereais, por que aceitamos esse outro padrão na ajuda alimentar", questiona Tido von Schoen-Angerer, diretor-executivo da Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais de MSF. "Seria uma tragédia não aproveitar essa oportunidade para melhorar o padrão nutricional de ajuda alimentar e dos programas nacionais, determinando a inclusão de alimentos de origem animal". Nenhuma outra condição contribui mais para as mortes e doenças entre as crianças do que a desnutrição, responsável pela morte de mais de 3,5 milhões de crianças com menos de cinco anos em países em desenvolvimento. Ainda assim, os programas para evitar que as crianças atinjam os estágios terminais não mudaram nos últimos 30 anos. "MSF adotou a política de tratar crianças desnutridas com pelo menos alguns alimentos de origem animal e agora estamos trabalhando para que haja uma implementação compreensiva", explicou von Schoen-Angerer. "Espero que uma clara recomendação desses especialistas leve a uma mudança dramática, capaz de reduzir o número de mortes por desntruição". As Nações Unidas já têm uma clara recomendação para o tratamento de desnutrição severa aguda, mas apenas 5% das crianças que precisam recebem o tratamento. MSF acredita que o desafio é fazer com que as crianças tenham acesso a alimentos de alto valor nutritivo antes de ficarem muito doentes. MSF já trataou mais de 150 mil crianças desnutridas em 2006 e 2007 em 22 países, com alimentação terapêutica e suplementar.

Fonte: Médicos Sem Fronteiras
http://www.msf.org.br/noticia/msfNoticiasMostrar.asp?id=909

África precisa de US$ 72 bilhões para atingir metas


22/09/2008
Ban diz na abertura de encontro sobre desenvolvimento na África, em Nova York, que valor para tirar milhões da pobreza não é alto.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que uma ação bem coordenada e com a ajuda de parceiros para o desenvolvimento, a África poderá atingir as Metas do Milênio até 2015.O continente está atrasado em todas as metas incluindo a primeira, de redução ou eliminação da pobreza e fome extremas. O Secretário-Geral da ONU afirmou que a África precisa de US$ 72 bilhões para alcançar as metas.Ban discursou na abertura do Encontro de Alto Nível sobre Desenvolvimento da África, na Assembléia Geral, nesta segunda-feira.Segundo Ban Ki-moon, a pobreza extrema ainda está causando mortes desnecessárias e impedindo milhões de africanos talentosos de atingir seus potenciais na vida.Participam do encontro, representantes de 160 países. Leia o boletim de Eduardo Costa, da Rádio ONU em Nova York."De acordo com as Nações Unidas, pelo menos 40% dos africanos vivem na pobreza extrema.O evento ocorre um dia antes do início dos debates anuais da Assembléia Geral, em Nova York.Há sete anos, líderes internacionais anunciaram seu apoio à Nova Parceria para o Desenvolvimento do África, Nepad, um plano para melhorar o desempenho econômico do continente. Mas segundo o conselheiro da ONU para África, Cheik Sidi Diarra, ainda há muitos desafios a serem vencidos.Metas do MilênioEle alertou para a necessidade de se resolver outros problemas africanos, como por exemplo, conflitos violentos, má gestão pública e, em alguns casos, falta de apoio internacional.O conselheiro da ONU afirmou que muitos países da África Subsaariana ainda estão longe de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, principalmente o primeiro da lista sobre a redução pela metade da pobreza extrema até 2015".Nesta quinta-feira, a ONU deve abrigar uma Cimeira sobre as Metas do Milênio e propor medidas concretas para avançar com os oito objetivos da agenda em várias partes do mundo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Crise dos alimentos põe ODM em xeque



Nova York, 11/09/2008


do UNIC Rio
NAÇÕES UNIDAS, Nova York, 11 de Setembro – O mundo realizou progressos significativos no que se refere à redução da pobreza extrema, anunciou hoje a Organização das Nações Unidas, mas estes estão agora sendo postos em risco pelo aumento dos preços, em especial dos alimentos e do petróleo, e pelo desaquecimento econômico mundial.
Desde 2002, segundo o Millennium Development Goals Report 2008 (Relatório 2008 sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU), o aumento dos preços dos minérios e produtos agrícolas de base contribuiu para uma aceleração notável do crescimento econômico em todas as regiões em desenvolvimento. No entanto, muitos países em desenvolvimento enfrentam hoje o aumento do preço de importação de alimentos e petróleo, que põe em risco seu crescimento.
Estimativas do Banco Mundial sobre a pobreza indicam que o número de pobres nos países em desenvolvimento é maior do que se pensava anteriormente, atingindo 1,4 bilhões de pessoas. As novas estimativas confirmam, porém, que, entre 1990 e 2005, o número de pessoas que viviam em situação de pobreza extrema baixou – de 1,8 para 1,4 bilhões – e que a taxa mundial de pobreza de 1990 deverá ser reduzida para metade, até 2015. Estes dados globais ocultam, porém, grandes disparidades entre regiões. A maior parte da redução verificou-se no Leste Asiático, em especial na China. Outras regiões registraram reduções em muito menor escala da taxa de pobreza e apenas uma modesta diminuição no número de pobres. Na África Subsaariana e na Comunidade de Estados Independentes (as repúblicas da antiga União Soviética), o número de pobres aumentou entre 1990 e 2005.
O relatório diz ser previsível que os atuais preços elevados dos alimentos invertam a anterior tendência mundial para uma redução e lancem mais pessoas na pobreza, em especial na África Subsaariana e no Sul da Ásia, que são as regiões onde há maior número de pessoas vivendo na pobreza extrema.
“A situação de desenvolvimento basicamente favorável, que tem predominado desde os primeiros anos desta década e que, até este momento, contribuiu para os êxitos alcançados, encontra-se agora ameaçada,” declarou o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, no prefácio do relatório. “O desaquecimento econômico irá diminuir os rendimentos dos pobres, a crise alimentar irá aumentar o número de pessoas com fome no mundo e lançar mais alguns milhões de seres humanos na pobreza, e as mudanças climáticas terão um impacto desproporcional sobre os pobres,” disse o Secretário-Geral. “Não podemos permitir que a necessidade de dar resposta a estas preocupações, por mais urgentes que sejam, nos desvie dos esforços a longo prazo para realizar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Pelo contrário, a nossa estratégia terá de ser mantermos-nos focados nos ODM, ao mesmo tempo em que enfrentamos estes novos desafios”.
Reunião de Alto Nível na ONU
Dada a interligação entre pobreza, mudanças climáticas e custos dos gêneros alimentícios e do petróleo, estas questões serão abordadas em conjunto na Assembléia Geral, que volta a se reunir este mês na sede da ONU, em Nova York.
Ban Ki-moon convocou para o próximo 25 de Setembro uma reunião especial de alto nível, destinada a dar um novo impulso à ação mundial em prol de atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Espera-se a participação de cerca de cem chefes de Estado e de Governo e de vários dirigentes do setor privado, fundações e organizações da sociedade civil. Prevê-se que estes anunciem novas iniciativas e formem parcerias contra os problemas de saúde, pobreza, alimentação e mudanças climáticas, na Assembléia ou em reuniões paralelas.
O novo Presidente da Assembléia Geral, Miguel d’Escoto Brockmann, da Nicarágua, apontou as ações relacionadas com a crise alimentar como o tema principal da nova sessão, que tem início em 16 de Setembro. No dia 22 de Setembro, a Assembléia realiza uma reunião de alto nível sobre as prioridades de desenvolvimento na África, uma região que enfrenta sérios desafios nos campos das mudanças climáticas, da agricultura e da redução da pobreza.
Avanços e Retrocessos
Acordados na Cúpula do Milênio da ONU, em setembro de 2000, os ODM fixaram metas mundiais no que se refere a reduzir a pobreza extrema, fortalecer as mulheres e garantir a sustentabilidade ambiental, até 2015. O Relatório de Desenvolvimento do Milênio 2008, agora na sua quarta edição, reúne estatísticas de 25 órgãos da ONU e internacionais e é produzido pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.
Entre os progressos destacados no relatório divulgado hoje incluem-se:
• As taxas de escolarização no ensino primário atingiram os 90% e encontram-se a uma distância razoável do objetivo de 100% em 2015, exceto em duas das dez regiões do mundo.
• No ensino primário, a paridade de gênero (proporção de meninas entre a população escolarizada em relação à de meninos) situa-se em 95%, em seis das dez regiões.
• As mortes devido ao sarampo foram reduzidas em um terço, entre 2000 e 2006, e a taxa de vacinação de crianças nos países em desenvolvimento atingiu 80%.
• Mais de um bilhão e 500 mil pessoas passaram, desde 1990, a ter acesso à água potável, mas devido à pressão sobre os recursos de água doce, quase 3 bilhões de pessoas vivem agora em regiões onde há escassez de água.
• Com a ajuda do setor privado, o acesso a telefones celulares e a medicamentos essenciais nos países mais pobres está aumentando.
• Em parte graças à anulação da dívida pelos financiadores internacionais, as despesas com serviços sociais estão aumentando nos países em desenvolvimento: a porcentagem das receitas de exportação gasta no serviço da dívida externa baixou de 12,5%, em 2000, para 6,6%, em 2006, liberando recursos que podem ser usados nas áreas de saúde e educação.
No entanto, muitos dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e as metas a eles relacionadas poderão não ser alcançados dentro do prazo fixado – 2015 – se não houver esforços redobrados nos países em desenvolvimento, uma situação internacional favorável ao desenvolvimento e mais ajuda dos doadores.
Entre as principais questões a serem resolvidas, estão as seguintes:
• Todos os anos, mais de meio milhão de mulheres nos países em desenvolvimento morrem durante o parto ou devido a complicações da gravidez.
• Cerca de um quarto das crianças do mundo em desenvolvimento estão desnutridas.
• Quase metade da população dos países em desenvolvimento continua a não dispor de instalações de saneamento adequadas.
• Mais de um terço da crescente população urbana do mundo em desenvolvimento vive em bairros degradados.
• Cerca de dois terços das mulheres empregadas nos países em desenvolvimento têm empregos precários, como profissionais autônomas ou trabalhadoras familiares não remuneradas.
Segundo o relatório, alcançar os Objetivos é possível, mas exige compromissos financeiros mais elevados, incluindo a prestação, pelos países desenvolvidos, de mais ajuda externa, como tem sido prometido durante os últimos anos.
Para mais informações sobre a Reunião de Alto Nível e uma lista completa das reuniões de parceria, visitar: www.un.org/millenniumgoals/2008highlevel
Para mais informações sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, consultar: www.un.org/millenniumgoals


Países ricos descumprem suas promessas de ajuda

Nova York, 04/09/2008

do UNIC RIO
04/09/08 – No momento em que os líderes mundiais se preparam para examinar, no final do mês, em Nova York, os avanços do desenvolvimento global, um novo relatório revela que foram alcançados progressos significativos no que se refere à diminuição da dívida dos países mais pobres, mas não no que se refere ao cumprimento dos compromissos relacionados com o comércio e à ajuda ao desenvolvimento. Os doadores deverão aumentar sua ajuda ao desenvolvimento em 18 bilhões de dólares até 2010, se quiserem honrar os compromissos assumidos anteriormente.
O relatório Resultados da Parceria Mundial para a Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (Delivering on the Global Partnership for Achieving the Millennium Development Goal) foi elaborado pelo Grupo de Trabalho sobre a Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), nomeado pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, para acompanhar a implementação dos compromissos internacionais em matéria de ajuda, de comércio e da dívida, e os progressos alcançados no acesso aos medicamentos essenciais e às tecnologias.
“O ano de 2008 deveria assinalar um ponto de virada na implementação dos ODMs”, disse o Secretário-Geral. “Este relatório é um alerta. Dá uma visão geral das áreas em que a comunidade internacional cumpre seus compromissos e daquelas em que temos de redobrar nossos esforços para atingir os ODMs. Este documento será uma ferramenta muito útil para a reunião de alto nível que ocorrerá em Nova York, no dia 25 de setembro, para decidir medidas urgentes em prol da implementação dos ODMs, que reunirá os líderes mundiais na sede da ONU”.
Ajuda e comércio – atrasos significativos na resposta internacional
Embora os países doadores, desde 2000, tenham reforçado sua ajuda pública ao desenvolvimento (APD) os fluxos de ajuda diminuíram nos últimos anos. Baixaram 4,7%, em 2006, e mais 8,4%, em 2007. Em 2005, na Cúpula dos G-8 em Gleneagles (Escócia), os países doadores prometeram um aumento da ordem de 50 bilhões de dólares, até 2010, do total de APD anual destinado aos países em desenvolvimento. Mas a ajuda tem ficado aquém do prometido. Um aumento da ajuda no valor de 18 bilhões de dólares por ano entre 2008 e 2010 permitiria alcançar os objetivos acordados e elevaria o total da ajuda para cerca de 0,35% do produto nacional bruto (PNB) dos países da OCDE, ou seja, metade dos 0,7% que a ONU fixou como meta.
A ruptura das negociações sobre comércio na Rodada de Doha, em julho, constituiu um revés importante para os países em desenvolvimento que procuram se beneficiar das crescentes oportunidades, oferecidas pelo mercado mundial, para reduzir a pobreza. A Rodada de Doha foi lançada em 2001 em grande medida para permitir a implementação de um dos objetivos da Declaração do Milênio: “a criação de um sistema comercial e financeiro multilateral aberto, eqüitativo, regulamentado, previsível e não discriminatório”.
Alguns sinais de progressos
A redução da dívida foi ou será concedida a 33 dos 41 países que cumprem os requisitos, o que representa a anulação de mais de 90% de sua dívida externa. São, porém, necessárias mais medidas para assegurar a redução da dívida dos restantes oito países e para ajudar outros a melhorarem a gestão da dívida, a fim de evitar que voltem a cair no endividamento excessivo. Em 2006, 52 países em desenvolvimento gastaram mais no serviço da dívida do que na saúde pública e dez canalizaram mais verbas para esse fim do que para a educação.
Acesso aos medicamentos e às tecnologias
O acesso aos medicamentos essenciais para lutar contra o HIV/aids, a malária e a tuberculose melhorou, mas estes continuam a ser claramente insuficientes tanto no setor público como no privado e, dadas as enormes diferenças de preços, não se encontram geralmente ao alcance dos pobres. Segundo o relatório, os medicamentos disponíveis no setor público satisfazem apenas um terço das necessidades e custam em média 250% mais do que o preço de referência internacional. No setor privado, dois terços estão disponíveis, mas custam, em média, 650% mais do que o preço de referência internacional.
Os países em desenvolvimento têm um acesso sem precedentes às novas tecnologias da informação e comunicação: mais de 77% da população pode receber um sinal para telefones móveis, em comparação com 46%, em 2001. Na África Sub-Saariana, a proporção passou de 28 para 54%, durante o mesmo período. Mas o fosso digital entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento continua a acentuar-se no que se refere às tecnologias que exigem uma partilha moderna da informação (como as conexões de Internet em banda larga). Um agravante desta realidade é o fato de que mais de 30% dos habitantes do mundo em desenvolvimento continua vivendo sem eletricidade.
A íntegra do relatório encontra-se disponível no site: www.un.org/esa/policy/mdggap

Fonte: http://www.onu-brasil.org.br/view_news.php?id=6961

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Unctad: Mais promessas do que concessões para a África



24/04/2008 - 12h04Unctad: Mais promessas do que concessões para a África
Por Francis Kokutse, da IPS
Accara, 24/04/2008 – “A África não é um caso perdido. Sofre as conseqüências de processos que não pode controlar”, afirmou o ativista togolês Ekplom Afeke, na reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Comercio e Desenvolvimento (Unctad) que acontece na capital de Gana. Segundo Afeke, a África foi privada de comércio e investimentos durante décadas. Além disso, alertou, o manejo errôneo ambiental em países distantes do continente agora agrava a crise causada pela pobreza.O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que preside o encontro da Unctad, também expressou sua frustração pela falta de resultado dos esforços da comunidade internacional para aumentar o comércio e o investimento em benefício da África. Ban afirmou que “os benefícios da globalização, especialmente o aumento do comércio e os investimentos”, os quais qualificou de motores fundamentais para o crescimento a longo prazo e o desenvolvimento humano, “ainda não melhoraram, lamentavelmente, a situação da África”.A participação do continente no comércio internacional e no fluxo de investimentos é de apenas 3%. “Uma forma segura de elevar essa porcentagem é garantir um rápido acordo na Rodada de Doha” de negociações multilaterais de comércio, “que incorpore um desenvolvimento significativo e melhorias na infra-estrutura”, afirmou Ban. Na última década, os governos africanos foram beneficiados pelo aumento dos preços das matérias-primas que exportam, o que lhes permitiu dedicar mais recursos para avançar rumo aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.Entre esses compromissos, assumidos em 2001 pela Assembléia Geral da ONU na presença de numerosos chefes de Estado e de governo, figuram reduzir pela metade a proporção da população que vive na indigência e que sofre fome, até 2015, em relação aos índices de 1990. Mas, Ban alertou que o êxito dessas metas “se vê complicado pelo alarmante aumento nos preços internacionais dos alimentos, que ameaça reverter os progressos obtidos até agora no combate à fome e à desnutrição”. Alem disso, o secretário-geral lembrou que “a mudança climática é outra grande questão de crescente preocupação para a África. Não se pode esperar que as pessoas desse continente, que tão pouco contribuiu para este problema, carregue o peso das medidas que devem ser tomadas com seus próprios meios”.Por sua vez, o secretário-geral da Unctad, Supachai Panitchpakdi, criticou o modelo de crescimento econômico baseado no aumento de preços dos produtos básicos. Embora o comércio entre países em desenvolvimento tenha triplicado entre 1995 e 2005, “seu desempenho em conjunto nos últimos anos, e o progresso nas economias de menores rendas, foi muito lente e baseado fundamentalmente na exportação de matérias-primas com muito pouco valor agregado”, afirmou. Neste contexto, as melhorias nas condições de vida “são insuficientes para atingir o objetivo de reduzir a pobreza extrema pela metade até 2015”, alertou Supachai.Ban Ki-moon destacou que muitos países não poderão atingir os Objetivos do Milênio. Afirmou que a África se encontra “em risco, porque nenhum país está encaminhado a conseguir todas as metas até a data prevista”. Mas, acrescentou, nações como Gana, Quênia, Tanzânia e Uganda registram avanços em várias áreas de desenvolvimento, e o Senegal fez progressos para estender o acesso da população à água potável. Alem disso, Níger, Togo e Zâmbia conseguiram importantes progressos no controle da malária através da distribuição gratuita de mosquiteiros. “Estes progressos devem aumentar e se espalhar através da África com o apoio efetivo da comunidade internacional”, disse Ban. Entretanto, existem outros desafios.A organização humanitária Oxfam alertou que a União Européia causará “um dano irreparável às possibilidades de desenvolvimento dos países mais pobres” se não modificar os acordos de associação econômica que devem ser concluídos este ano com as nações da África, do Caribe e do Pacífico. Segundo a entidade, “estes tratados se afastam do objetivo original de promover o desenvolvimento. Seu custo será enorme: se perderá US$ 360 milhões anuais por reduções alfandegárias apenas na África e outros US$ 9 bilhões nas nações envolvidas”.Entretanto, o ministro de Comércio Exterior da Grã-Bretanha, Gareth Thomas, disse na reunião da Unctad que existe uma urgente necessidade de concluir as negociações, para que os países da África, do Caribe e do Pacífico utilizam o comércio como ferramenta para conseguir crescimento e prosperidade. “Se o mundo quer ajudar os países mais pobres, é preciso por fim ao protecionismo e chegar agora” a um acordo sobre a liberalização do comércio, acrescentou.“Um comércio mais justo implica suprimir as proibições às exportações, reduzir os subsídios agrícolas que distorcem o intercâmbio e reduzir as tarifas alfandegárias’, afirmou Thomas. Se isto for conseguido – prosseguiu – “ajudará os agricultores a responderem melhor aos atuais preços altos das matérias-primas, mas isto é apenas parte da solução. Precisamos mais investimentos para aumentar a produtividade e, se os agricultores obtiverem maiores preços, então investirão”, disse. IPS/Envolverde(Envolverde/IPS)



sexta-feira, 18 de abril de 2008

Watoto Children's Coro's

Este é um maravilhoso projeto que vale a pena conhecer. O site está em inglês, mas você pode escolher tradução na página do Google.

É realmente lindo e emocionante!


O Watoto Children's Coro's têm turnê internacional desde 1994. These choirs bring a message of hope to many parts of the world which include countries such as Uganda, Australia, Canada, UK, USA, South Africa, Brazil, Israel, Germany and France. Estes coros trazer uma mensagem de esperança para muitas partes do mundo, que inclui países como o Uganda, Austrália, Canadá, Reino Unido, E.U.A., África do Sul, Brasil, Israel, Alemanha e França. The choir is made up of children who are part of Watoto’s program. O coral é composto de crianças que fazem parte do Watoto do programa.
Accompanied by adult choir leaders from KPC, Watoto’s performances are a soulful blend of African rhythm, contemporary gospel and ethnic dance. Acompanhadas por adultos coro dirigentes da KPC, Watoto's performances são uma mistura de soulful Africano ritmo, dança contemporânea evangelho e étnica. Through their music the choir share their unique stories and express their new found hope. Através da sua música do coro partilhar as suas únicas histórias e exprimir as suas novas encontrados esperança. The children’s energy and sincerity continue to inspire audiences all around the world. As crianças da energia e sinceridade continuar a inspirar todas as platéias do mundo inteiro.
The choir performs to present Watoto’s vision and to give audiences the opportunity to respond to Africa’s HIV/AIDS and war crisis. O coro executa a apresentar Watoto visão do público e dar a oportunidade para responder a África do HIV / SIDA ea guerra crise.
‘Concerts of Hope’ are a lively demonstration of the life changing love of God experienced by the children of Watoto. 'Concertos da Esperança "é uma demonstração animada da vida mudando amor de Deus vivida pelas crianças de Watoto. This experience, gives the children exposure to other cultures broadening their world view. Esta experiência, dá as crianças a exposição a outras culturas ampliando sua visão do mundo. It gives the children confidence and boldness and helps them to rise up out of their own situations of sadness and despair. Ela dá a confiança e audácia crianças e ajuda-los a levantar-se para fora de suas próprias situações de tristeza e desespero.

Notícias de Niger e Somália

Níger: quase 300 mil crianças vacinadas contra o sarampo
MSF enviou equipes para as regiões de Zinder e Maraid, onde foram registrados o maior número de casos da doença

04/04/2008 – Em dezembro de 2007, casos de sarampo começaram a ser registrados na região de Maradi e Zinder, no Níger. Durante o mês de janeiro, as autoridades sanitárias do governo promoveram a vacinação de crianças com entre nove meses e cinco anos de idade. Apesar da campanha nacional de vacinação, o número de crianças infectadas pela doença aumentou: 2,2 mil casos foram registrados nacionalmente entre os dias 1º de janeiro e 23 de março. Para combater a disseminação de doenças, as equipes de MSF deram início a campanhas de vacinação para crianças com entre seis meses e 15 anos de idade em Zinder e Maradi.Zinder: estratégia 'teia de aranha'Na região de Zinder, as equipes de MSF montaram um sistema de monitoramento, treinaram equipes médicas e lançaram uma campanha de alerta nacional nas estações de rádio.Desde o dia 26 de março, 42 mil crianças com idade entre seis meses e 15 anos foram vacinadas em um raio de 15 quilômetros da cidade de Magaria, na fronteira com a Nigéria. A região é muito rural com uma população altamente dispersa. Por isso, MSF adotou uma estratégia descentralizada com equipes móveis indo até os vilarejos mais remotos. Essa estratégia permite que as crianças sejam vacinadas diretamente em seus vilarejos, melhorando a cobertura da vacinação e permitindo uma detecção mais rápida das pessoas com a doença. Estão sendo identificadas cerca de 20 crianças com sarampo por dia. Mais ao norte, outras equipes deram início à campanha de vacinação na cidade de Zinder, no dia 30 de março. Cerca de 94,700 crianças foram vacinadas nos últimos cinco dias. Essa campanha de vacinação vai ser extendida às áreas mais rurais do distrito de Zinder. Todas as 350 mil vacinas compradas por MSF para a região de Zinder foram entregues e estão prontas para serem aplicadas. Maradi: 142 mil crianças vacinadasDos 2,2 mil casos registrados no início do ano, 946 foram registrados na região Maradi (Comuna Maradi, Guidam Roumji e Madarounfa).No dia 1º de abril, 106 mil crianças foram vacinadas na cidade de Maradi (das quais 41 mil crianças com menos de cinco anos) e 35.124 no distrito de Guidam Roumji. A cobertura da vacinação chegou até 88.6%.Sarampo provoca complicações nas crianças desnutridas O Níger tem um dos píores índices de desnutrição infantil aguda e crônica no mundo. MSF mantém programas nutricionais em diversas localidades nas regiões de Maradi (Maradi, Guidan Roumdji, Dakoro), Zinder (Zinder, Magaria) e Tahoua (Madoua e Bouza). Quando a desnutrição e o sarampo se combinam, forma-se um quadro extremamente sério para as crianças. A desnutrição enfraquece a resposta do sistema imunológico e deixa as crianças mais vulneráveis a doenças infecciosas como sarampo. Da mesma forma, crianças com sarampo são mais suscetíveis à desnutrição. Por isso, é essencial proteger as crianças contra o sarampo no Níger. MSF deu início a uma campanha de vacinação maciça para evitar que a doença se espalhe ainda mais.

Fonte: http://www.msf.org.br/noticia/msfNoticiasMostrar.asp?id=811


Somália: MSF fecha projeto em Kismayo
Decisão foi tomada pela organização após o assassinato de três integrantes da equipe, ocorrido no dia 28 de janeiro

03/04/2008 – Após o assassinato de três integrantes da equipe de Médicos Sem Fronteiras (MSF), ocorrido no dia 28 de janeiro, a organização decidiu fechar seu projeto na cidade de Kismayo, localizada no sul da Somália. Apesar das atividades terem sido encerradas, MSF mantém o compromisso de oferecer assistência médica à população somali. Sendo assim, projetos em outras localidades do país continuam a funcionar. "Essa foi uma decisão extremamente difícil de ser tomada", contou Arjan Hehenkamp, diretor de MSF para Operações na Somália. "Há uma necessidade significante de assistência humanitária independente em Kismayo, mas não podemos continuar a trabalhar em um lugar onde nossa equipe é deliberadamente um alvo e é brutalmente assassinada". MSF condena os ataques contra trabalhadores humanitários e suas conseqüências para assistência das populações vulneráveis da Somália. A Somália enfrenta atualmente uma crise sem precedentes, com uma escalada da violência, deslocamentos maciços e necessidades agudas sem resposta. Centenas de milhares de somalis estão lutando para sobreviver e precisam urgentemente de assistência. Eles são vítimas indiretas de qualquer ataque contra trabalhadores humanitários. Imediatamente após o ataque, MSF suspendeu a presença de sua equipe internacional no país. Apesar de nos dedicarmos a oferecer assistência à população somali, garantir a segurança de nossa equipe e em nossas unidades médicas é a nossa prioridade. Nas últimas semanas, uma análise meticulosa dos diferentes locais onde existem projetos no país foi realizada para determinar as condições de segurança. MSF voltou a trabalhar agora com uma equipe internacional reduzida, em algumas poucas áreas escolhidas.Em setembro de 2007, MSF começou a trabalhar em Kismayo com um programa cirúrgico que oferece atendimento para traumas e obstétrico. Mais de 400 cirurgias e 1.200 consultas de emergência foram realizadas por nossa equipe médica antes que o programa fosse fechado. MSF tem trabalhado continuamente na Somália por mais de 17 anos e atualmente oferece atendimento médico em dez regiões do país. Em 2007, MSF abriu vários novos projetos em resposta às enormes necessidades médicas e humanitárias que surgiram devido aos conflitos no país. As equipes médicas realizaram mais de 2,5 mil operações médicas, 520 mil consultas e internou cerca de 23 mil pacientes.

Fonte: http://www.msf.org.br/noticia/msfNoticiasMostrar.asp?id=809