domingo, 30 de setembro de 2007

AÇÃO HUMANITÁRIA DA OXFAM EM DARFUR


A situação em Darfur está ainda mais desesperadora, segundo o boletim de imprensa da Oxfam, uma agência de cooperação internacional. Mais da metade da população desta região do Sudão depende de mantimentos e medicamentos da ajuda humanitária que com dificuldades chega aos vilarejos por causa dos constantes ataques. Além disso, poucos são os recursos dos países doadores para a crise no maior país africano.
O conflito, que já dura quatro anos, continua a forçar os moradores a abandonarem suas casas. Nos primeiros meses de 2007, mais de 80 mil pessoas fugiram por causa da violência. No total, cerca de dois milhões de pessoas, ou seja, uma em cada três de uma população de seis milhões, tornou-se refugiada.
Ajuda humanitária"A crise de Darfur nem sempre está nos meios de comunicação, o que dificulta o apoio financeiro para a ajuda humanitária", disse a responsável pela Área de Conflitos e AçãoHumanitária da Oxfam, Irene Milleiro. Segundo ela, no ano passado, a ONU fez um apelo aos países doadores para que contribuíssem com 127 milhões de Euros. No entanto, apenas 50 milhões foram entregues. A Oxfam atua em Darfur e no país vizinho, Chade, que recebe muito dos refugiados sudaneses. Milleiro, que acaba de retornar da região fala à Radio Nederland sobre a situação:


Muitos dos campos que os alojam operam acima de suas capacidades. Alguns abrigam cerca de 100 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Mais de quatro milhões de cidadãos de Darfur dependem agora da ajuda humanitária. Grandes áreas rurais de Darfur, no entanto, estão completamente inacessíveis para as agências humanitárias. Em entrevista ao jornal "Sudan Tribune", o coordenador do Pnud (Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento) na região, Manuel Aranda da Silva disse que vem crescendo os ataques aos grupos humanitários e que 11 trabalhadores foram mortos nos últimos três meses.A difícil pazA guerra acabou, oficialmente, em janeiro de 2005, com a assinatura de um acordo de paz. A ONU, no entanto, afirmou que o cessar fogo está em coma e que os assistentes de ajuda humanitária podem deixar as áreas se não houver segurança para que realizem o trabalho. Diversos relatórios das agências das Nações Unidas para a região confirmam que o governo sudanês continua sendo o responsável pelos ataques armados contra civis.O Alto Comissariado da ONU concluiu que o governo sudanês falhou em proteger a população de Darfur dos crimes internacionais em larga escala e orquestrou a participação nestes crimes.
OrigemO conflito de Darfur teve início em fevereiro de 2003 quando a maioria étnica de grupos rebeldes africanos, sentindo-se discriminadas por parte do governo dominado por árabes, iniciou sua revolta.O governo respondeu com forças militares e as milícias muçulmanas pró-governo, conhecidas como Janjaweed, lançaram uma campanha de violência contra povoados onde predominam cristãos e animistas. Desde então, mais de 200 mil pessoas morreram e 2,5 milhões tiveram de deixar suas casas.
Fotos: Campo de refugiados de Djabal, leste do Chade. crédito: Pablo Tosco/Intermón Oxfam (copyright)

Nenhum comentário: